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As questões abordadas neste projeto de pesquisa giram em torno de três eixos complementares: Um primeiro eixo consiste em compreender melhor a "islamofobia académica" expressa nos escritos de ensaístas e especialistas em ciências sociais; um segundo eixo consiste em compreender melhor o lugar ocupado por essa islamofobia académica nos jornais diários tradicionais colocados online; e um terceiro eixo consiste em: (1) examinar a recepção da islamofobia académica e mediática por pessoas que se definem como muçulmanas nas seis cidades em questão; (2) explorar as interações dinâmicas entre essa recepção e a experiência subjetiva; e 3) documentar as estratégias pessoais e coletivas para lidar com a islamofobia (incluindo a solidariedade entre muçulmanos, mas também entre muçulmanos e não-muçulmanos, face à islamofobia). 
Prosseguiremos com a análise de conteúdo de publicações académicas nas ciências sociais e realizaremos a recolha e análise de dados mediáticos e etnográficos para documentar os três eixos do projeto e suas inter-relações. 
A islamofobia, apesar dos debates suscitados pela noção, é uma realidade social local e global. É legítimo que o Islão, os muçulmanos e as mulheres muçulmanas sejam submetidos a críticas. Acontece, porém, que a noção de islamofobia é invocada por "extremistas religiosos" para silenciar qualquer crítica ao Islão e aos muçulmanos. Tal uso da noção de islamofobia é contrário à liberdade de expressão que é a base de qualquer democracia. A islamofobia, no entanto, é também uma aversão ao Islão e aos muçulmanos e uma hostilidade que convida certos atores sociais a elaborar discursos e crimes de ódio. A islamofobia faz parte de uma relação de dominação social acompanhada de uma tentativa de inferiorizar, desumanizar e animalizar o Outro muçulmano.

Este projeto de pesquisa em parceria proporcionará um melhor conhecimento dos mecanismos e múltiplas formas de islamofobia. Baseando-se em resultados empíricos propõe-se um contradiscurso crítico que possa ser utilizado nos media por colunistas, jornalistas, leitores e políticos eleitos. Os resultados serão também usados para aumentar a consciencialização do público em geral por meio de seminários e uma plataforma virtual. Os resultados serão transpostos em recomendações para policy making.

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