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Fora do arquivo: memórias da Exposição do Mundo Português

Investigador responsável: Maria Cardeira da Silva

Grupo de investigação: Circulação e Produção de Lugares


Palavras-chave

Exposição | Mundo Português | Padrão dos Descobrimentos | Memória

Instituição financiadora

EGEAC - Padrão dos Descobrimentos

Estado

Fechado

Data de início

01-04-2015

Data de fim

30-10-2016


Abstract

Apesar de ter sido concebida em estafe e como projecto efémero, a Exposição do Mundo Português, inaugurada em 1940, desenhou parte importante da cartografia simbólica da nação e da memória. Essa cartografia ficou gravada nas múltiplas publicações laudatórias da época, nos registos e arquivos formais, nas plantas dos monumentos, nas fotografias dos fotógrafos oficiais, nas emissões solenes e filmes do regime, até se reinscrever de forma indelével no espaço de Belém, algumas décadas depois, com a reconstrução em pedra do Padrão dos Descobrimentos. A exposição Fora do Padrão. Lembranças dos visitantes da Exposição de 1940, concebida em parceria entre o CRIA - Centro em Rede de Investigação em Antropologia, no âmbito do Laboratório Jill Rosemary Dias, e o Padrão dos Descobrimentos, pretende revelar cartografias pessoais e lembranças fora desse padrão. Esta exposição resulta de uma pesquisa preliminar que privilegiou a recolha, registo e investigação da memória oral e pessoal e de testemunhos não musealizados ou arquivados relativos à Exposição do Mundo Português. Ao longo de um ano, mais ou menos o tempo que levou a preparação da exposição de 1940, uma equipa do CRIA entrevistou mulheres e homens portugueses que na sua infância ou adolescência a visitaram. A exposição Fora do Padrão tem um carácter laboratorial e constrói-se a partir dessas lembranças registadas em vídeo e materializadas em pequenos objectos e fotografias que evocam sentidos e emoções pessoais que se contrapõem ou complementam abordagens dos registos oficiais já encenadas noutras investigações e exposições sobre a Exposição do Mundo Português. Aqui tenta-se explorar emoções e sentidos que não os estritamente visuais, habitualmente privilegiados na pesquisa de arquivo histórico, e sair dos seus limites para deambular sem preocupação reconstrutiva, entre Belém e outros bairros de Lisboa em plena Guerra Mundial, entre a parvónia e o espectáculo, entre a pobreza, o trabalho e o lazer, entre o espanto e o corriqueiro, evocados nas lembranças dos visitantes. A exposição não pretende ser o resultado final de um projecto de investigação. Ao contrário, pretende-se que active e multiplique lembranças privadas e pessoais que a Memória de Belém tende a colocar à sombra dos Monumentos. Os visitantes de hoje serão assim também convidados a contribuir com suas lembranças para a constituição de um novo arquivo Fora do Padrão que interpele os arquivos históricos institucionais.

Equipa

Doutorandos

Laura Almodovar

Integrados

Marta Prista

Colaboradores

Sílvia Raposo