O Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA) é uma unidade interuniversitária que existe desde 2007 como unidade de I&D da FCT e foi classificada com Muito Bom nas avaliações internacionais de Unidades de I&D de 2007, 2013 e 2017. Desde 2021, integra o IN2PAST - Laboratório Associado para a Investigação e Inovação em Património, Artes, Sustentabilidade e Território.
A antropologia é um instrumento indispensável à compreensão crítica das dinâmicas sociais e culturais da contemporaneidade que permite a articulação de aproximações centradas no indivíduo e na comunidade com formulações mais vastas da biologia, filosofia, história ou sociologia. As suas ferramentas teóricas e metodológicas contribuem para repensar criticamente a complexidade da vida social e cultural, seus fluxos e mediações constantes, ditados pelo trânsito de pessoas, ideias, objetos, mercadorias, estruturas económicas e políticas, e suas metamorfoses criativas. A antropologia é hoje fundamental à reconfiguração dos métodos para uma investigação multi-situada e multidisciplinar que questiona as fronteiras entre o local e o global, o centro e a periferia, o indivíduo e a cultura. O CRIA reflete este posicionamento.
O CRIA organiza-se em polos sediados em quatro instituições universitárias (ISCTE, NOVA FCSH, UCoimbra e UMinho). Este estrutura em rede permite que cada polo desenvolva as suas atividades de forma autónoma e todos partilhem recursos indispensáveis à gestão de ciência, captação de fundos, divulgação das atividades de pesquisa e ensino e transferência de conhecimento, estimulando ainda a mobilidade dos seus investigadores entre as diferentes instituições.
A pesquisa no CRIA organiza-se em grupos de investigação que compõem o núcleo científico do centro e reúnem investigadores/as dos diferentes polos institucionais. Estes grupos formaram-se a partir de quatro campos específicos: (1) Circulação e Produção de Lugares, (2) Desafios Ambientais, Sustentabilidade e Etnografia, (3) Governação, Políticas e Quotidiano, e (4) Práticas e Políticas da Cultura. Transversalmente, as linhas temáticas agregam investigadores dos vários grupos de investigação em torno de temas e contextos específicos de pesquisa tais como (1) Antropologia da Saúde, (2) Antropologia Visual e da Arte, (3) Estudos em Contextos Árabes e Islâmicos, (4) Antropologia da Religião, (5) Recursos Informais, Estado e Capital Social e (6) Estudos da Ásia do Sul.
O CRIA promove uma rede transnacional de investigação que maximiza recursos e capacidades antes dispersos e se traduz numa maior profundidade científica aos níveis teórico, metodológico e temático. Contribui para a sua consolidação o envolvimento do CRIA, como instituição parceira ou de acolhimento, em diversos projetos e programas de investigação teórica e aplicada, financiados nacional e internacionalmente por entidades como a FCT, o QREN, os programas-quadro da União Europeia (Hera, Grundtvig, ERC, ESF, H2020, as ações COST), ou do sector privado e da sociedade civil. O CRIA é desde 2012 uma ONG acreditada como consultora para a Convenção de Salvaguarda do Património Imaterial da UNESCO e membro do Grupo Nacional de trabalho para o Património Imaterial desde 2014.
Em articulação com a investigação, o CRIA incentiva a organização de encontros científicos, atividades diversas fora da academia e a edição de publicações em antropologia. Merece destaque a sua revista Etnográfica, que é a principal publicação periódica em antropologia em Portugal, e está indexada em bases de dados internacionais significativas (e.g. Web of Knowledge, Scopus, AIO, EBSCO, Latindex, Capes Qualis, ERIH Plus), e a Etnográfica Press – uma editora de antropologia com três coleções: Etnográfica Books, Antropologia e Portugal de Perto.
O CRIA tem ainda como missão o estreitamento das relações entre investigação e formação, organizando cursos e atividades relacionadas com o ensino, para além de acolher estudantes de diferentes ciclos do ensino superior, contribuindo para a sua integração na comunidade científica.