Os seminários "Racismo em Portugal" estão de regresso, e a próxima sessão terá lugar no dia 18 de fevereiro, no Iscte, com a Aula Aberta com Djuzé Neves da Batoto Yetu para a unidade curricular "Colonialismo, Pós-colonialismo e Antropologia". Esta sessão será moderada por Paulo Raposo (CRIA-Iscte).
Djuzé Neves é licenciado em Engenharia Florestal, tem uma pós-graduação em Protecção Civil (com base num trabalho sobre bairros críticos e a discriminação étnica e social em tempos de emergência), e é vice-presidente da Associação Cultural e Juvenil Batoto Yetu Portugal. Descendente de cabo-verdianos, José Lino Neves tem um importante papel na celebração, partilha e mapeamento da herança africana em Portugal. Esse seu percurso passou pelo Comissariado para as Migrações, onde trabalhou na capacitação, financiamento e análise de projetos e na criação de políticas públicas de combate à discriminação racial, de género, étnica e social. Atualmente, enquanto vice-presidente da Associação Cultural e Juvenil Batoto Yetu Portugal, Djuzé Neves tem trabalhado em diferentes projetos que mantém viva a memória africana da história portuguesa. São exemplo as visitas guiadas pela capital com o título “Espaços da Presença Africana em Lisboa” e a “Caminhada espiritual – Ilha dos Negros”, que recorda os primórdios da presença africana na região do Sado ou ainda o “Fado Dançado”, que traça as influências de culturas mouriscas, angolanas, brasileiras e cabo-verdianas num dos géneros musicais mais célebres de Portugal.
Com o Seminário “Racismo em Portugal, o CRIA pretende debater o racismo no contexto português, interrogando a produção e negociação de categorias identitárias, de processos de racialização e de construção de narrativas sobre a nação e o império. Assim como a construção do “Outro”, o racismo institucional e estrutural da sociedade portuguesa e suas ações discriminatórias.
Desde o seu lançamento, durante a pandemia, o seminário tem promovido debates abrangentes sobre várias questões relacionadas ao racismo, incluindo práticas pedagógicas, a devolução de património musealizado, atos discriminatórios perpetrados por agentes do Estado e a inclusão de temas raciais nos currículos escolares.
»» Pode assistir aos seminários anteriores através do Canal de Antropologia do CRIA.