O novo livro de Ethel Feldman e Miguel Vale de Almeida (investigador do CRIA) está disponível nas livrarias a partir de setembro de 2022, com a chancela da Editorial Caminho.
Ethel Feldman e Miguel Vale de Almeida, 2022, Pedra Branca. Rosa Feldman, uma história de vida do século XX, Editorial Caminho.
RESUMO
Rosa Feldman nasceu no Brasil, filha de emigrantes judeus da Polónia na década de vinte do último século, e cresceu e viveu parte da sua vida em duas comunidades que se cruzavam: a da judeidade ídiche e a do ideal comunista. Casou com um escritor português que conheceu num evento político no Leste Europeu e que com ela se mudou para o Brasil, onde já viviam outros intelectuais refugiados da ditadura portuguesa, até à mudança definitiva para Portugal. A vida de Rosa percorre a história do século xx, do antissemitismo europeu vivido pelos seus pais e antepassados, dos fascismos, dos ideais socialistas e comunistas. Percorre também a história das pressões a que os judeus foram sujeitos e das opções com que se confrontaram: sionismo, integração nas sociedades nacionais ou internacionalismo cosmopolita? Ethel Feldman, filha de Rosa, e Miguel Vale de Almeida, antropólogo, juntaram-se neste projeto colaborativo com Rosa Feldman nos seus últimos anos de vida, bem como com uma rede de familiares em Portugal e no Brasil, construindo um trabalho que hibridiza a autobiografia, a memória familiar, a biografia e a antropologia, bem como registos de escrita diferentes. Os autores acreditam que a história de vida de uma pessoa é simultaneamente única e semelhante às dos outros humanos; que ela é tanto da própria pessoa quanto das relações em que a pessoa se constitui; que os contextos sociais e históricos nos moldam, mesmo não nos determinando, e que, ainda assim, nos construímos apesar deles. Para Miguel Vale de Almeida foi uma via para fazer o que se havia proposto, a experimentação de novas formas de fazer antropologia. Para Ethel Feldman foi uma forma de (re)visitar a sua narrativa de identidade familiar. E para Rosa foi a oportunidade de se contar – aquilo que, afinal, todos desejamos fazer.