Por motivos externos ao CRIA a iniciativa teve de ser reagendada para 15.11.2022
Nunca antes acumulamos - e também descartamos - tantos arquivos de imagens fotográficas na história do mundo, criando uma linha tênue entre lixo e arquivo (Assman, 2011). O século XXI desafia as pesquisas em ciências sociais a não mais apenas interpretar as imagens em seus múltiplos usos e funções, mas compreendê-las em suas relações “vivas” e em suas metamorfoses como “imagens de imagens” (Samain, 2012).
Diante dos arquivos de imagens, deparamo-nos com as incertezas e incompletudes que os habitam. A natureza combinatória das fotografias desafia as pesquisas a compreender os seus ciclos de reencarnação, supervivências e re-existências (Didi-Huberman, 2013; Warburg, 2000). Como fazer ver outras formas de existência das imagens e de (re)-instituição dos arquivos? O que representa em termos epistêmicos para uma antropologia das e com imagens “o experimental”, “o estético” e a “montagem” no trabalho com arquivos fotográficos? Eis algumas das questões que se pretende abordar ao longo desta aula aberta em que também será compartilha uma trajetória de pesquisas com arquivos fotográficos na antropologia.
ASSMAN, Aleida. Espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2011.
SAMAIN, Etienne. “As imagens não são bolas de sinuca”. In: Como pensam as imagens. Campinas: Editora Unicamp, 2012.
DIDI-HUBERMAN, Georges. A imagem sobrevivente. História da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.
WARBURG, Aby. Atlas Mnemosyne. Madrid: Ediciones Akal, 2010. Versão alemão: 2000.