[SEMINÁRIO] Aula aberta - GI Desafios Ambientais, Sustentabilidade e Etnografia
Dados genómicos e de ADN antigo transformaram a nossa compreensão da evolução humana e da hibridação/miscigenação entre espécies. No entanto, identificar e interpretar eventos de miscigenação passados usando dados genéticos é complexo e altamente dependente de modelos demográficos. Muitos estudos apoiam a miscigenação antiga, como a entre Neandertais e Homo sapiens, utilizando modelos que frequentemente ignoram a estrutura populacional intracontinental. Esta negligência pode levar a inferências incorretas.
Neste estudo, simulações genómicas sob modelos estruturados e sem miscigenação ainda produziram sinais interpretados como miscigenação com Neandertais, revelando que os métodos comummente utilizados podem gerar falsos positivos. Além disso, os modelos de miscigenação publicados falhavam frequentemente em prever padrões reais de diversidade genética, enquanto os modelos estruturados apresentavam um desempenho melhor. Resultados semelhantes surgiram em simulações envolvendo chimpanzés e bonobos, onde os sinais de miscigenação também podem ser enganosos.
Estes resultados sugerem que muitos eventos de hibridação amplamente aceites poderiam ser reavaliados usando modelos que incorporam uma estrutura populacional realista, potencialmente reformulando as interpretações da miscegenação tanto em humanos como noutras espécies