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O projeto busca analisar as efemérides da Revolução de Abril a partir de duas dimensões, sendo a primeira voltada às celebrações institucionalizadas pela Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, criada pelo Estado, e a segunda referente ao desfile anual, às atividades comemorativas e às associações diversas que os compõem –privilegiando a Associação 25 de Abril enquanto fomentadora do cortejo. Lisboa é a base para investigar o legado da revolução refletido nas comemorações anuais. Pretende-se analisar a forma como a memória da Revolução é apropriada por diferentes grupos de imigrantes, sobretudo de nacionalidade brasileira, os quais vocalizam demandas e lutas transnacionais através da visibilidade possibilitada pelas efemérides. Etnografar a Comissão Comemorativa e seu caráter oficial, possibilita-nos perceber o reflexo desta herança na memória coletiva portuguesa, sendo ela um campo de disputas em constante atualização. Por fim, é intenção analisar as celebrações de modo a repensar a dimensão patrimonial que a data manifesta no contexto nacional contemporâneo e contribuir para novas maneiras de se enquadrar o ato de comemorar e a tradição de luta democrática na discussão pública e teórica do campo do património.

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