Abstract

A crescente presença de atividades de investigação científica e turismo em áreas protegidas traz oportunidades e desafios para a conservação, as comunidades locais e os ecossistemas. Apesar de potenciais benefícios para a biodiversidade e economia, estas atividades também introduzem pressões sociais e ambientais, ainda pouco compreendidas, especialmente em contextos vulneráveis como o da Guiné-Bissau. Este estudo foca-se nos Parques Nacionais de Cantanhez e Boé, investigando como o turismo e a investigação moldam as paisagens socioeconómicas e ecológicas. Recorrendo a uma metodologia mista entre a antropologia e biologia da conservação, o estudo pretende mapear a distribuição espacial e temporal destas atividades nas últimas duas décadas, avaliar os seus impactos socioeconómicos e ecológicos, e analisar as estratégias adaptativas das comunidades locais. A recolha de dados será feita através de entrevistas, questionários e workshops participativos com residentes, guias turísticos, assistentes de investigação e guardas dos parques. Os resultados oferecerão uma análise histórica e espacial destas dinâmicas, contribuindo para o conhecimento sobre a interação entre a conservação, o turismo e resiliência das comunidades. Este trabalho informará estratégias para promover práticas de gestão de áreas protegidas mais inclusivas e eficazes, tanto na Guiné-Bissau como em contextos similares.

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