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Os usos etnográficos em contextos de exclusão: etnoteatro, formas de resistência e marginalidade nas prisões

Investigador responsável: Ricardo Seiça Salgado

Grupo de investigação: Práticas e Políticas da Cultura


Palavras-chave

Etnoteatro | Investigação-ação | Metodologias | Resistência | Prisão

Instituição financiadora

Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT)

Estado

Fechado

Data de início

01-10-2018

Data de fim

30-09-2024

Referência

DL 57/2016/CP1349/CT0010


Abstract

Com a disseminação da investigação qualitativa em Sociologia, nas Humanidades e nas Artes, investigadores e artistas oriundos de diferentes disciplinas do conhecimento fazem uso das metodologias da etnografia para múltiplos propósitos teórico-práticos. Existe um fenómeno metodológico interdisciplinar de exportação/importação. Este plano de investigação foca-se na contaminação das metodologias das artes performativas com a observação participante e no estudo de formas de resistência no limiar da exclusão. Desdobra-se em duas linhas de estudo que acontecem em paralelo: 1) Uma linha de investigação propõe uma etnografia no Estabelecimento Prisional de jovens, para estudar formas de resistência que os reclusos engendram num mundo feito de regras rígidas, e como criam uma vida comum com e ao longo dessas regras. Como perceber o ciclo de vida na prisão desde o início até o fim da punição? Que tipo de relações afetivas, simbólicas e políticas, estes jovens reclusos partilham? Como é que criam as suas próprias formas de resistência para lidar com este mundo comum, produto da sua vivência de reclusão? Como descrever o mecanismo dessa resistência? Ao fazer etnoteatro com os reclusos de forma colaborativa pretende-se estudar a operacionalidade desta metodologia enquanto investigação-ação: por um lado, como técnica da observação participante em contextos marginais, por outro, como pedagogia radical de fazer mundo, em que os reclusos se apresentam e reperformam a si próprios. 2) A segunda linha deste plano de investigação é um mapeamento dos projetos que usam a observação participante para o desenvolvimento de projetos artísticos ou de intervenção social. Focalizado no “como”, este mapeamento buscará projetos que utilizam a etnografia como investigação-ação ou como ferramenta de criação de performances artísticas no contexto da intervenção sociocultural, e abraça a ponte para um diálogo metodológico crítico entre disciplinas do conhecimento.