Abstract

O passado modernista enquanto tempo histórico marcado pela procura de uma modernidade alternativa à modernização é hoje resgatado por políticas de memória e práticas culturais em arenas locais, nacionais e internacionais. O seu tempo recente e a associação a um projeto universalista desafiam porém conceções e usos do património na exaltação de valores de modernidade e memórias difíceis de passados totalitaristas. Pesquisas anteriores sugeriram porém que o património modernista está a mobilizar e a ser mobilizado na reconfiguração de imaginários históricos e culturais transnacionais, permitindo o reposicionamento identitário de estados em relações de centro e periferia, com interesses e impactos estratégicos e simbólicos nos campos políticos, económicos, culturais e sociais. Este projeto pretende examinar como o modernismo está a ser construído passado na (re)imaginação destas histórias, culturas e valores a escalas locais, nacionais e transnacionais, através da sua espacialização em processos de patrimonialização das suas expressões arquitetónicas. A abordagem a partir de Portugal permitirá desdobrar a investigação em diferentes imaginários pós-coloniais e sua negociação: a Europa, o Mediterrâneo e a Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa.