Abstract

Os debates sobre o papel da mulher na sociedade portuguesa ganham complexidade quando integrados nos processos sociais da história recente. Este projeto procura descrever etnograficamente os sentidos, estratégias e consequências da produção de subjetividades e sujeições durante o Estado novo, colocando o foco nas políticas das organizações estatais destinadas às mulheres: Obra das Mães pela Educação Nacional e Mocidade Portuguesa Feminina. O objetivo é compreender como o modelo de participação das mulheres na sociedade portuguesa, veiculado por instituições de “educação feminina”, constituiu uma base central para a configuração e reprodução de um projecto político de sociedade. Partindo da análise etnográfica e documental este projeto pretende analisar como, através destas instituições, o Estado Novo promoveu um modelo familista e patriarcal de sociedade, enraizado em ideais de género que enformam as experiências de vida dos portugueses de uma forma profunda e que permanece muito para além do período desse regime político

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