A etnografia é, talvez, o centro nevrálgico do empreendimento antropológico e, para muitos de nós, marca distintiva, ainda que não consensual, da disciplina. Ao retomar questões teórico-metodológicas centrais relacionadas à etnografia, este curso se direciona a pensar a prática etnográfica como experimentação e apontar caminhos possíveis e criativos para sua realização.
Programa
Dia 01 – Sobre começos (06/03 de 17h30 às 20h30)
Etnografia modernista. Etnografia como método. Etnografia como prática e experiência. Etnografia como teoria.
Dia 2 – Deslocamentos etnográficos (07/03 de 17h30 às 20h30)
Etnografia e pós-modernismo. Etnografia como texto. Epistemologia da produção etnográfica. Etnografia como afetação. Etnografia como montagem.
Dia 3 – Etnografia e multimodalidade (08/03 de 17h30 às 20h30)
Experimentação na prática etnográfica. Etnografia, imagem e som. Aproximação entre arte e antropologia do ponto de vista de seus fazeres. Narrativa transmídia e antropologia multimodal.
Dia 4 – Etnografia e processos coletivos de produção (09/03 de 17h30 às 20h30)
Experimentação em processos etnográficos coletivos com imagens e sons. Filme e produção coletiva de conhecimento.
Dia 5 – Oficina de projetos (10/03 de 17h30 às 20h30)
Neste dia, participantes do curso são convidadas a apresentar seus projetos de investigação em curso ou futuros e pensaremos coletivamente possíveis caminhos teórico-metodológicos tendo como foco a experimentação etnográfica.
Ministrante principal
Vi Grunvald é professora do Departamento de Antropologia e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRGS, onde coordena o Núcleo de Antropologia Visual e integra o Núcleo de Antropologia e Cidadania. Co-coordena também o Grupo de Reconhecimento de Universos Artísticos/Audiovisuais da UFRJ, além de ser pesquisadora de diversos outros grupos de pesquisa na Universidade de São Paulo (USP) como Grupo de Antropologia Visual (GRAVI), Núcleo de Antropologia, Performance e Drama (NAPEDRA), do Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença (NUMAS) e do Pesquisas em Antropologia Musical (PAM). Em 2022, foi também professora visitante no Departamento de Psicología Social y Antropología Social da Universidad Complutense de Madrid (UCM). Possui doutorado e pós-doutorado pela USP, além de formação também em cinema pela Academia Internacional de Cinema. É fotógrafa, realizadora audiovisual e seus trabalhos, tanto acadêmicos quanto artísticos, giram em torno de política, direitos humanos, gênero, sexualidade, arte, imagem, performance, cinema, estratégias documentais e teoria queer/cuir. É também artivista da coletiva Revolta da Lâmpada, de inspiração queer/cuir e interseccional. E membra do Comitê Gênero e Sexualidade (2021-22) e do Comitê de Antropologia Visual (2019-24) da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), além de ter sido presidenta do Prêmio Pierre Verger (2021-2022) desta instituição. Seu último trabalho audiovisual, Domingo, realizado no âmbito de um projeto documental de narrativa transmídia realizado com Paulo Mendel e a Família Stronger (http://www.familiastronger.com/), uma família LGBT e majoritariamente negra da periferia de São Paulo, foi selecionado e comissionado pela 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, exibido no Royal Anthropological Institute Film Festival 2019 e recebeu os Prêmio Margot Dias e Benjamin Pereira de melhor filme da Associação Portuguesa de Antropologia (APA 2019/2020) e Prêmio ANPOCS de Melhor Curta e Média-Metragem da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS/2021).
E-mail: vgrunvald@gmail.com
Ministrante convidada
Andrea Barbosa (Departamento de Ciências Sociais - UNIFESP) é antropóloga, professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Paulo/UNIFESP, onde coordena o VISURB- Grupo de Pesquisas Visuais e Urbanas desde 2007 e integra a equipe editorial da Revista GIS – Gesto Imagem e Som da USP desde sua criação. É autora dos livros São Paulo Cidade Azul (Alameda/FAPESP, 2012) e Antropologia e Imagem (Zahar, 2006); organizadora e autora dos Livros A Experiência da Imagem na Etnografia (Terceiro Nome, 2016). Dirigiu os documentários “O resto é o dia a dia” (2001, Prêmio Realidade Brasileira no Festival de Cinema Universitário do Rio de Janeiro),” No canto dos olhos” (2006), “Em(si)mesma” (2006, Prêmio da Associação Brasileira de Documentaristas no Festival Internacional do filme Etnográfico), “Caminhos da Memória: Miriam Moreira Leite” (2007), “Pimentas nos olhos” (2015), “Corpocidade” (2021). Atualmente desenvolve o projeto Fotoafetos.
E-mail: acmmb66@gmail.com
Público:
Destinado a investigadores e estudantes que usem ou queiram desenvolver e aprofundar estratégias de pesquisa etnográficas.
Nº de participantes: mínimo 8 / máximo 20
Inscrição no curso deve ser acompanhada breve bio/cv e breve justificativa de interesse no curso enviada para o e-mail: paulo.raposo@iscte-iul.pt