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Apresentação

O Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA) é uma unidade interuniversitária que existe desde 2007. Foi classificada com Excelente na mais recente avaliação internacional de Unidades de I&D da FCT. Desde 2021, integra o IN2PAST - Laboratório Associado para a Investigação e Inovação em Património, Artes, Sustentabilidade e Território.

O CRIA é uma unidade de investigação de referência em Portugal, destacando-se no panorama nacional e internacional das ciências sociais. Como centro interuniversitário de I&D, é acolhido por quatro instituições de ensino superior: Iscte, NOVA FCSH, Universidade de Coimbra e Universidade do Minho. Esta estrutura interinstitucional permite ao CRIA consolidar uma abordagem colaborativa à produção e disseminação do conhecimento antropológico.

A organização interna do CRIA assenta em quatro Grupos de Investigação (GI): Circulação e Produção de Lugares; Desafios Ambientais, Sustentabilidade e Etnografia; Quotidianos, Políticas e Desigualdades; e Práticas e Políticas da Cultura. Estes são complementados por Linhas Temáticas (LT) que aprofundam áreas específicas como saúde, antropologia visual, religião, estudos islâmicos e árabes, sul da Ásia e ecologia política. Esta articulação assegura uma cobertura abrangente dos principais eixos temáticos da Antropologia contemporânea.

O centro conta ainda com quatro laboratórios especializados — Antropologia Visual; Antropologia Ambiental e Ecologia Comportamental; Antropologia Biológica e Osteologia Humana; e o Laboratório Jill Rosemary Dias — que promovem metodologias inovadoras, reforçam a capacidade técnica e incentivam a colaboração entre subdisciplinas. Estes laboratórios desempenham um papel fundamental na formação de investigadores, na experimentação metodológica e na comunicação com públicos não académicos.

A participação do CRIA no IN2PAST reforça o seu compromisso com o património, as artes e a sustentabilidade.

ESTRATÉGIA CIENTÍFICA

O CRIA está profundamente comprometido com uma abordagem científica fundamentada na etnografia, combinando rigor analítico com relevância social. A sua estratégia científica privilegia a interdisciplinaridade, as comparações multi-escala e a articulação entre o local e o global. Esta orientação reflete-se na diversidade geográfica dos seus projetos, desenvolvidos em Portugal e em contextos internacionais como África, Sul da Ásia, América Latina e Europa.
As atividades do CRIA reforçaram o valor da antropologia em Portugal e internacionalmente, conquistando reconhecimento em áreas como direitos civis (igualdade de género, racismo, religião e islamofobia), políticas públicas (migração, justiça, vigilância, saúde e ambiente), cultura material e imaterial, e produção audiovisual. O centro é um espaço multidimensional e inovador no panorama europeu, com uma marca institucional reconhecida e valorizada internacionalmente.
O CRIA fomenta colaborações internacionais em investigação e disseminação, alinhando-se com debates académicos e intervenções públicas relevantes. Valorizando uma investigação etnográfica profunda e prolongada, o centro mantém uma abordagem independente, comprometida com a inovação teórica e a produção de conhecimento que responde às expectativas sociais. Além disso, o CRIA promove eventos públicos que estimulam o diálogo sobre questões sociais urgentes, defendendo políticas justas para sociedades inclusivas e sustentáveis.
Comprometido tanto com a ciência fundamental como com a produção de conhecimento social e cultural, as áreas estratégicas de investigação incluem:
a) Abordagem colaborativa e inclusiva ao património;
b) Migrações e sociedades inclusivas;
c) Políticas sociais e governação;
d) Família, género e sexualidade;
e) Humanos e ambiente, antropologia de desastres ecológicos;
f) Consequências da austeridade: precariedade e economias de base comunitária;
g) Racismo, xenofobia e islamofobia;
h) Saúde e multiculturalismo;
i) Políticas inclusivas de saúde e educação;
j) Práticas religiosas.

PROJETOS 2025-2029

Entre os projetos estratégicos para 2025–2029 destacam-se cinco iniciativas estruturantes:
1. O Arquivo Digital Etnográfico irá salvaguardar e disponibilizar online materiais recolhidos durante o trabalho de campo dos investigadores, promovendo o acesso aberto a cadernos de campo, imagens, vídeos e registos áudio. Este repositório será fundamental para a preservação da memória etnográfica.
2. O projeto científico para um Museu das Migrações pretende refletir criticamente sobre as dinâmicas migratórias de e para Portugal, abordando dimensões coloniais, pós-coloniais e contemporâneas. Inspirado em práticas museológicas internacionais, o museu explorará as múltiplas categorias de alteridade associadas às mobilidades humanas (refugiados, emigrantes, exilados).
3. O Atlas de Interfaces Sócio-Ambientais propõe uma leitura geográfica e etnográfica das interações entre humanos e ambiente, considerando relações multi-espécies, intervenção humana e conflitos ecológicos. Com uma representação online interativa, o Atlas contribuirá para o debate público e para decisões informadas em políticas ambientais.
4. O Fórum de Crises Cumulativas e do Bem-Estar será uma plataforma crítica para analisar políticas públicas em tempos de crise e os seus impactos sobre os meios de subsistência. Para além da produção académica, terá uma vertente mediática e de apoio à decisão política, promovendo uma abordagem holística ao bem-estar social.
5. O Kit de Restituição oferecerá orientações e metodologias para processos de restituição e reconciliação entre instituições (museus, arquivos, universidades) e comunidades afetadas por colonialismo, deslocamento e expropriação cultural. Este instrumento será útil para académicos, decisores políticos e profissionais do setor cultural.

Com estas iniciativas, o CRIA reforça o seu compromisso com a ciência fundamental e aplicada, contribuindo para sociedades mais inclusivas, sustentáveis e justas. A sua missão é continuar a afirmar a Antropologia como disciplina central para compreender e intervir nos desafios contemporâneos, combinando inovação teórica, aprofundamento etnográfico e responsabilidade social.