A história da fotografia nunca se distanciou da história da antropologia como disciplina desde os seus inícios. Ao longo dos séculos de suas existências as produções artísticas visuais e antropológicas destinaram-se a diferentes caminhos, delimitando cada vez mais fronteiras de conhecimentos. Aby Warburg (1866-1929), instigante pensador das imagens, ainda no século XIX, já defendia, por meio de projetos como o de sua Biblioteca Mnemosyne, métodos que seguiriam a “lei da boa vizinhança” para estabelecer relações impensadas e propor alargamentos de fronteiras entre campos de conhecimento. O autor, para muitos de seus exegetas, assim, fundava uma Ciência da Cultura, e com ela um outro modo de pensar as imagens e as relações entre campos do conhecimento, através da qual Arte, História, Antropologia, Psicanálise, entre outras, estreitavam diálogos.
Mais de dois séculos depois a Antropologia segue enfrentando os desafios impostos para produção fotográfica em um mundo transbordado por imagens. Quais os destinos de suas produções visuais? Como aproximar no século XXI os diálogos entre Artes Visuais e Antropologia? Este Ciclo propõe repensar horizontes e abrir o diálogo entre os modos de conhecer mundos para pensar outras epistemologias das imagens.
Apresentação: Paulo Raposo (ISCTE-CRIA)
Antropologia e fotolivros: Fabiana Bruno ((Lá`grima – UNICAMP e CRIA-ISCTE) e Emiliano Dantas (CRIA-ISCTE)
Curadoria e Pesquisa: Inês Ponte (ICS-ULisboa), Maria José Lobo Antunes (ICS-ULisboa) e Ângela Ferreira (CICANT)