A presente investigação de doutoramento versa sobre os processos da requalificação e musealização de um conjunto de edíficios simbólicos associados ao período da ditadura (1926-1974) em Portugal no século XXI. Deste modo, pretende-se analisar os usos políticos, simbólicos e sociais da segunda vida (Kirshenblatt-Gimblett 1998) destes edifícios – não apenas como património mas também como património que, não obstante as lutas pela memória, não se chegou a inscrever no espaço público. Nesse sentido, intende-se também analisar as “emoções patrimoniais” [tal como proposto por Nathalie Heinich (2012) e Daniel Fabre (2013)] associadas a estes lugares. Por um lado, experienciadas pelos visitantes dos espaços reconvertidos em museus, e por outro lado, experienciadas por aqueles que viveram directamente a primeira vida destes espaços – como lugares de dor e resistência – intentando-se compreender que relações se estabelecem com estes espaços no presente e qual o impacto – social e pessoal – deste tipo de musealizações.