Apesar do acento colocado no isolamento dos Açores, existiam, antes da implementação das conexões áreas, ligações entre as ilhas baseadas no transporte marítimo. Partindo da importância do tema da circulação na antropologia contemporânea, o projeto visa substituir a prioridade usualmente dada a modos maiores da circulação pelo acento em modos “menores” de mobilidade. Através da exploração de memórias, imagens e arquivos das travessias inter-ilhas, visa-se entender a importância dessas travessias na constituição de espaços culturais marcados tanto pela insularidade como pelas trocas. Pretende-se assim enriquecer a reflexão sobre fronteiras e atravessamentos na antropologia contemporânea e, problematizar o peso que temas como insularidade e cosmopolitismo têm na tematização das identidades insulares. A pesquisa tem uma componente visual e integra-se numa iniciativa expositiva mais abrangente a desenvolver em parceria com vários museus do arquipélago. Pretende ainda contribuir para o debate em curso nos Açores sobre a restruturação da rede de transportes marítimos.