As chegas de bois são combates de touros presentes em diversos concelhos do Norte de Portugal. Em vários desses concelhos, como Montalegre, durante várias décadas, eram realizadas entre bois do povo, simbolizando o combate entre duas aldeias contundentes. Porém, após o fim do comunitarismo, as chegas conheceram diversas alterações, como o surgimento de combates entre touros de proprietários privados ou a organização de campeonatos. Além de recolher memórias sobre o período do boi do povo, pretendemos, essencialmente através da observação participante, analisar as alterações das chegas no passado recente e as suas dinâmicas atuais. A relação entre os proprietários e os seus touros de combate será aborda em articulação com a atual reavaliação (científica e ética) da relação entre humanos e não-humanos. Procurando, ainda, formular uma intervenção museológica e considerar as implicações do interesse pela salvaguarda de práticas tradicionais, sobretudo, quando são controversas.